quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A Princesa e a Ervilha

A Princesa e a Ervilha é um dos primeiros contos do dinamarquês Hans Christian Andersen, datando a primeira publicação de 1835.

Esta história é ótima para ensinar à criança a importância de agir com honestidade.
Dizer a verdade e sobretudo não julgar os outros pela aparência são atitudes que merecem ser compensadas.

Era uma vez um príncipe muito esquisito.
Sempre que os pais lhe perguntavam porque não se casava, ele respondia:
– Porque nunca encontrei uma verdadeira princesa.
Um dia, decidiu ir pelo mundo fora, tentar a sua sorte. Montando o seu belo cavalo, visitou todos os países, de Norte a Sul e de Este a Oeste.
Encontrou um número incalculável de princesas, cada uma mais linda que a outra. Algumas eram loiras e rosadas, outras morenas e pálidas.
Uma era muito bela e fez-lhe bater o coração com tal força que pensou escolhê-la para sua mulher. Mas ao examinar a relação dos seus antepassados alguma coisa lhe desagradou.
Finalmente, regressou ao palácio, onde a sua mãe o esperava, com curiosidade e impaciência.
– Há muitas princesas pelo mundo, mas as verdadeiras são raras!
– Tu és muito exigente, meu filho, e assim nunca te casarás… – respondeu a rainha.
Contudo ela estava enganada.
Uma certa noite, uma trovoada terrível sacudiu o palácio. A chuva começou a cair com violência, o vento assobiava nas árvores e os relâmpagos iluminavam o céu.
Uma pobre princesinha, completamente perdida, caminhava sozinha, debaixo da chuva. Chegou diante do palácio e, a tremer, bateu à porta.
Foi o próprio rei quem veio abrir. Com espanto e piedade, olhou para a menina que tremia de frio e de cansaço.
– Entra, minha menina – disse paternalmente.
Estava encharcada até os ossos. Conduziu-a até junto da rainha.
– Quem és tu? – perguntou esta.
– Eu sou princesa.
Mas poder-se-ia acreditar? A rainha observava atentamente a menina que tinha diante de si. Apesar do seu vestuário enlameado, molhado e deformado, dos seus cabelos caídos, a menina tinha um belo aspecto.
A rainha emprestou-lhe um dos seus vestidos e, passados uns instantes, ela saiu do quarto , calma, fresca e elegante.
Entretanto, uma criada preparava o quarto da princesa. A rainha mandou pôr-lhe, sobre a cama, vinte colchões, uns sobre os outros. A ordem foi executada. Sob o último colchão, a rainha colocou um pequeno grão de ervilha verde.
Depois do jantar, todas as pessoas se retiraram, para se irem deitar. A pobre menina teve que pôr uma escada para subir na cama, de tão alta que era!
Na manhã seguinte, ela apareceu pálida e com olheiras.
– Passaste bem a noite, princesa? – perguntou a rainha.
– Pobre de mim, Senhora. Havia qualquer coisa tão dura na minha cama que me foi impossível dormir.
Ao ouvir estas palavras, o príncipe sorriu com um ar feliz. Finalmente, tinha encontrado uma mulher! Só uma verdadeira princesa pode ter uma pele assim tão delicada.
Casaram-se imediatamente, e a ervilhinha foi colocada no tesouro real.
Adaptado do conto de Hans Christian Andersen

Foto de Ecos Do Levante.



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